Nesta síndrome, ocorre uma deleção da porção terminal do braço curto do cromossomo 4, que pode variar de tamanho e posição. Para definir o diagnóstico, é necessário que ocorra deleção da região crítica da SWH localizada na região 4p16. Esta região crítica chama-se WHSCH.
O fenótipo (características visíveis) da SWH inclui:
- Retardo do crescimento pré e pós-natal
- Deficiência cognitiva
- Epilepsia / quadros convulsivos
- Características faciais atípicas, descritas como “capacete de guerreiro grego”, devido a sua característica física mais marcante: a ponte nasal alargada continuando em direção à testa.
50% dos indivíduos com a SWH também possuem algum tipo de problema cardíaco (no coração), em geral não muito grave, mas podendo requerer intervenção cirúrgica. Aproximadamente 1/3 apresentam problemas renais (nos rins e/ou urina). 40% podem ter algum tipo de perda auditiva, e 69% podem apresentar deficiência na produção de anticorpos (imunodeficiência).
Estima-se que a SWH ocorra em 1 para cada 50.000 nascimentos, com uma predominância de 2:1 para o sexo feminino. Não existe correlação da SWH com o histórico familiar e a idade dos pais. A grande maioria dos casos (85-90%) ocorre de forma aleatória (deleção denovo), não sendo transmitida por nenhum dos pais.
O retardo no crescimento, caracterizado pela baixa estatura e demorado ganho de peso ao longo da vida, é uma característica comum, mesmo quando ocorre ingesta adequada de calorias e proteínas. Ainda assim, algumas dificuldades alimentares podem contribuir para o baixo peso, como dificuldade de sugar, engolir e refluxo gastresofágico.
Em muitos casos os bebês nascem a termo, porém pequenos para a idade gestacional (PIG). Ou seja, nascem de tempo normal, porém com baixo peso, geralmente requerendo cuidados na UTI neonatal.Por este motivo, existem gráficos de crescimento específicos para a crianças com a SWH com idades entre 0 e 4 anos . Estes gráficos podem ser utilizados por profissionais de sáude para comparação entre crianças com a mesma condição. Gráficos disponíveis em: http://wolfhirschhorn.org.
Todos os indivíduos com a SWH apresentam atraso global do desenvolvimento. Falam poucas palavras/emitem alguns sons, ou não falam e comunicam-se apenas através de gestos. A compreensão é limitada a ordens simples. As habilidades cognitivas são geralmente severamente impactadas. Um outro marco da SWH é a hipotonia, em geral associada a hipotrofia dos músculos das pernas.
A maior preocupação dos pais e profissionais de saúde é em relação à epilepsia, e aos quadros convulsivos dela decorrentes. Mais de 90% dos pacientes apresentam convulsões, com o início em algum momento entre os três primeiros anos de vida. O pico de ocorrências das crises convulsivas é entre os 6 e 12 meses de idade. Essas convulsões são geralmente desencadeadas por febre (mesmo que baixa).
Existem estudos recentes que demostraram que, apesar de frequentes e muitas vezes de difícil controle, as convulsões geralmente são controladas com o passar dos anos, desde que a criança tenha o tratamento e acompanhamento adequados.
Cerca de 45% dos pacientes são capazes de andar, de forma independente ou com algum tipo de ajuda. No entanto, somente uma minoria consegue vestir-se, alimentar-se sozinha, ou ter controle do esfíncter (controle das idas ao banheiro para urinar ou evacuar).
Ao longo dos anos, foi também reportada grande melhora das habilidades motoras dos pacientes, assim como comportamentais/cognitivas, sendo a inclusão precoce destes pacientes em programas de reabilitação de extrema importância.
Hoje sabe-se que muitos indivíduos já conseguem, por exemplo: andar sem ajuda, ter um controle dos movimentos melhor muito melhor do que o previsto, falar frases mais longas, frequentar escolas e ter certo grau de independência.
Apesar de existirem estatísticas antigas de que 35% dos pacientes com SWH não sobrevivem aos dois primeiros anos de vida, artigos recentes apontam que, na ausência de má-formações maiores ou mais graves, a expectativa de vida parece ser similar a de qualquer outra pessoa com epilepsias e deficiências do desenvolvimento. Há muitos relatos de pacientes adultos com a SWH, muitos na faixa dos 20-40 anos. Segundo o site wolfhirschhorn.org , o adulto vivo mais idoso que se tem conhecimento com a SWH nasceu em 1955 e vive nos Estados Unidos.
Fontes:
Battaglia A,Carey JC, South ST. 2015. Wolf–Hirschhorn syndrome: A review and update. Am J Med Genet Part C Semin Med Genet 169C:216–223.
http://wolfhirschhorn.org
fotos de indivíduos com Síndrome de Wolf Hirschhorn - disponível em : Wolf-Hirschhorn Syndrome - GeneReviews® - NCBI Bookshelf
Autoria: Daniela Figueiredo - Fonte: Blog um sonho diferente
Prezados,
ResponderExcluirQuais os procedimentos e o que faríamos para ajudar os portadores, a terem uma melhor qualidade de vida? obrigada.